O Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO), por meio das Comissões de Gestão da Memória e Gestão Documental, em parceria com a Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat), inaugurou, nessa segunda-feira (13/5), a exposição “Vozes Silenciadas: a luta de Paula por liberdade”. A mostra integra as comemorações do Dia da Memória do Poder Judiciário e também rememora a assinatura da Lei Áurea, marcando um importante passo institucional na preservação e na divulgação da história do Judiciário no Estado.
Durante a cerimônia, a desembargadora Ângela Prudente, presidente da Comissão de Gestão da Memória, destacou o dever de memória da temática na preservação da história das populações que residiram no território tocantinense nos séculos passados. “A história de Paula nos lembra que o Judiciário tem o dever de ser instrumento de justiça e de transformação social. Ao revivermos a trajetória desta mulher que foi escravizada, reafirmamos nosso compromisso com a memória histórica e com a promoção de uma justiça mais inclusiva e sensível às desigualdades, que ainda persistem em nossa sociedade. Que nenhuma voz silenciada permaneça esquecida; que nenhuma história de luta se perca no silêncio dos tempos”, afirmou.
A exposição resgata a trajetória de Paula, mulher negra e escravizada que, em 1858, no território hoje pertencente ao Tocantins, lutou e conquistou juridicamente sua liberdade. Ao dar visibilidade a esse feito, o Judiciário tocantinense reafirma seu compromisso com a justiça social e com a preservação da memória histórica. “Esta mostra não é apenas uma exposição de documentos, ela é um gesto simbólico, profundamente comprometido com a essência da Justiça, que é a de preservar a memória como fundamento da identidade, da legalidade e da cidadania”, lembrou a desembargadora Maysa Vendramini Rosal, presidente do TJTO.
Sobre a exposição
Aberta ao público até o dia 30 de junho, no hall do TJTO, em Palmas, a exposição também marca o lançamento do Portal da Memória do Judiciário Tocantinense. A iniciativa está alinhada às diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário (Proname), promovendo uma releitura crítica do passado e incentivando o reconhecimento das lutas por liberdade, dignidade e inclusão. A mostra representa um convite à reflexão sobre as feridas históricas deixadas pela escravidão e a importância de preservar e valorizar a memória coletiva como instrumento de transformação.