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No Sul do Tocantins, a comunidade quilombola Kalunga do Mimoso escreve sua história de resistência e superação. O Projeto Luzeiro, executado pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional – Escola Superior do Ministério Público (Cesaf-ESMP), em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Associação da Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso, mergulha fundo na história e na realidade desse povo, revelando suas necessidades  e sonhos, e especialmente, a força ancestral que pulsa em cada coração.

Seu Roxão, Sebastião Pereira da Silva, com seus 79 anos de vida e sabedoria, testemunha as transformações que a comunidade vem vivenciando: “Antes, a gente plantava onde os fazendeiros deixavam. Hoje, podemos escolher onde e o que plantar.” Seu sorriso transborda a gratidão de quem conquistou a liberdade de cultivar a própria terra.

Romana, ou Ana Alves de Melo, carrega a tradição bicentenária em suas palavras: “Ser Kalunga é resistir, é tirar da terra o sustento, é lutar juntos por uma vida melhor”. Sua voz ecoa a força de um povo que luta por seus direitos e por um futuro digno.

O Projeto Luzeiro tem a finalidade de identificar as demandas da Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso, bem como mobilizar as instituições responsáveis pelo desenvolvimento de políticas públicas voltadas à garantia do desenvolvimento integral e à efetivação dos direitos fundamentais da comunidade. Nesta etapa de trabalho de campo, com escuta ativa da comunidade, as 77 famílias entrevistadas compartilharam suas histórias, seus sonhos e suas necessidades. A partir da conclusão do diagnóstico, junto à equipe de pesquisadores/colaboradores do projeto, os moradores da comunidade participarão ativamente da construção de  plano de ação para a construção de um futuro mais justo.

Em cada sorriso, em cada palavra, em cada gesto de gratidão à terra e ao território que os sustenta enquanto um povo: os Kalunga do Mimoso, a equipe do Luzeiro testemunhou a resiliência de quem busca ter seus direitos reconhecidos e garantidos. Seu Roxão, Romana e todos os Kalungas são a prova viva de que a resistência não é apenas sobrevivência, mas a força motriz para alcançar a felicidade e a realização do sonho de dias ainda melhores.



(Shara Alves de Oliveira/ Cesaf-ESMP)





FONTE

Tribuna do Tocantins

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