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Aeroporto de Israel suspende operações devido à onda de manifestações contra reforma de Netanyahu


Sindicato Geral dos Trabalhadores convocou uma greve geral nesta segunda e vários setores aderiram; já são 12 semanas de protesto e, só no último domingo, mais de 600 mil pessoas foram às ruas

EFE/EPA/ATEF SAFADI
Manifestantes se reúnem em frente ao Knesset antes de protestos em massa em Jerusalém, Israel

O aeroporto Internacional Ben Gurion, localizado em Tel Aviv, em Israel, suspendeu as operações nesta segunda-feira, 27, por conta da onda de manifestações que tomam conta do país há 12 semanas por causa da polêmica reforma judicial que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que implantar. Voos e operações em terra foram cancelados. Não foi só os aeroportos que suspenderam suas atividades. Sindicato Geral dos Trabalhadores de Israel convocou uma greve geral nesta segunda em repúdio ao projeto do premiê e a demissão do ministro da Defesa, Yoav Gallant, que se tornou no domingo o primeiro membro do governo a se opor publicamente a reforma. “Temos a missão de deter este processo legislativo e vamos fazer isto”, afirmou Arnon Bar-David, presidente da Histadrut, a grande central sindical de Israel, em uma mensagem exibida na televisão. O sindicato dos médicos anunciou em seguida uma “greve total no sistema de saúde”, que afetará os hospitais públicos.

Alguns dos principais bancos de Israel, como Hapoalim e Leumi, a companhia de energia elétrica do país e a prefeitura de Tel Aviv aderiram à longa lista de empresas e organizações que participam da greve convocada em protesto contra uma controversa reforma judicial. Além dessas instituições, participam da greve grandes redes de alimentação, como as cafeterias Aroma e restaurantes McDonalds, o corpo diplomático, a ordem dos advogados e lojas de departamentos, entre muitas outras empresas. Os manifestantes querem paralisar o avanço da proposta que pode acabar com a democracia israelense. Nesta segunda, diante das paralisações e anúncios, o presidente de Israel e a grande central sindical do país pediram ao governo de Netanyahu que paralise o projeto de reforma judicia. “Toda a nação está profundamente preocupada. Nossa segurança, nossa economia e nossa sociedade estão ameaçadas”, afirmou o presidente Isaac Herzog. “Em nome da unidade do povo de Israel, em nome da responsabilidade necessária, eu peço a vocês que interrompam o processo legislativo imediatamente”, acrescentou Herzog em um comunicado dirigido ao gabinete de Netanyahu e a seus aliados no Parlamento.

Manifestantes se reúnem em frente ao Knesset antes de protestos em massa em Jerusalém, Israel │ EFE/EPA/Guy Yechiely

A convocação da greve e o apelo de Herzog aconteceram após as manifestações de domingo à noite em Tel Aviv, organizadas depois que Netanyahu demitiu o ministro da Defesa, Yoav Gallant, por pedir uma pausa de um mês no processo legislativo de aprovação da reforma. Mais de meio milhão de israelenses foram às ruas. Segundo a imprensa local, mais de 600 mil pessoas estavam presente. O ato de domingo é apontado como um dos maiores até agora. As manifestações aconteceram, em diferentes partes do país, principalmente nas cidades de Tel Aviv e Jerusalém e os manifestantes exibiram bandeiras do país e gritaram frases com “Israel não é uma ditadura!” e “Não a um governo fascista”. O projeto do governo de Netanyahu, um dos Executivos mais à direita na história de Israel, pretende aumentar o poder dos políticos sobre os juízes e diminuir o papel da Suprema Corte. Os críticos afirmam que a reforma ameaça a separação dos poderes e, portanto, o caráter democrático do Estado de Israel. A rejeição ao projeto provocou nos últimos meses um dos maiores movimentos populares de protestos da história do país. Já são 12 semanas de manifestações.

De acordo com a imprensa, Netanyahu pode discursar à nação nesta segunda-feira. Apesar da revolta popular, o processo legislativo segue adiante e nesta segunda e a comissão parlamentar de leis votou a favor de um dos elementos cruciais da reforma: o projeto de lei que modifica o processo de nomeação dos juízes. No domingo, os EUA pediram aos líderes de Israel que cheguem a um acordo “o mais rápido possível” para encontrar uma saída para a crise em que o país está submerso. “Estamos profundamente preocupados com os acontecimentos de hoje em Israel, que reforçam ainda mais a necessidade urgente de um acordo”, afirmou Adrienne Watson, uma das porta-vozes do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, acrescentando que um pacto entre as autoridades israelenses é “o melhor caminho” para o país e seus cidadãos. “As sociedades democráticas são fortalecidas por freios e contrapesos, e mudanças fundamentais em um sistema democrático devem ser buscadas com o maior apoio popular possível”, destacou Watson, que reiterou o apoio “inabalável” dos EUA à segurança e à democracia de Israel. Grupos de extrema-direita anunciaram nesta segunda a intenção de tomar as ruas em apoio à reforma, o que levou a polícia a anunciar que vai reforçar a presença para evitar confrontos com opositores da medida.

*Com informações de agências internacionais 





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Tribuna do Tocantins

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