Confrontos e vandalismos tomam conta das manifestações contra reforma da previdência na França


Protestos acontecem oito dias antes de uma decisão crucial do Conselho Constitucional que poderia desbloquear um conflito social

Alain JOCARD / AFP
Polícia de choque francesa CRS se protege de projéteis e tinta enquanto forma um cordão em torno do restaurante brasserie “La Rotonde” durante confrontos com manifestantes à margem de uma manifestação no 11º dia

Os franceses voltaram a manifestar contra a reforma da previdência nesta quinta-feira, 6, oito dias antes de uma decisão crucial do Conselho Constitucional que poderia desbloquear um conflito social. As autoridades esperam entre 600 mil e 800 mil manifestantes nas ruas nesta. A França vive, de acordo com o cientista político Dominique Andolfatto, um “momento intermediário antes da decisão do Conselho Constitucional”. O 11º dia de protestos contra a mudança adotada pelo presidente Emmanuel Macron no final de março, foi marcado por confrontos entre manifestantes e policiais, bloqueio de escolas e universidades, cancelamento de viagens de trens. Símbolo do descontentamento, um sinalizador lançado durante um confronto entre um grupo de manifestantes radicais e as forças de segurança incendiou parte do toldo do restaurante La Rotonde, em Paris, um local apreciado pelo presidente Macron, antes da rápida intervenção dos bombeiros. Desde 7 de março, quando os sindicatos mobilizaram 1,28 milhão de pessoas, segundo a polícia, e 3,5 milhões, de acordo com o sindicato CGT, as manifestações perderam intensidade. Em 28 de março, 740 mil e 2 milhões de pessoas saíram às ruas. “A única solução é a retirada da reforma”, afirmou no início da manifestação em Paris a nova líder do sindicato CGT, Sophie Binet, para quem, diante da “profunda revolta”, o governo “atua como se nada estivesse acontecendo” e “vive em uma realidade paralela”.

Uma reunião na quarta-feira, 5, entre a primeira-ministra, Élisabeth Borne, e os líderes sindicais serviu apenas para constatar que os dois lados mantêm suas posições inflexíveis e aguardam a decisão do Conselho Constitucional, marcada para 14 de abril. O governo se nega a desistir a reforma, que aumenta idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030 e antecipa para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos, e não mais 42, para o direito a uma pensão integral. As medidas são rejeitadas por dois terços dos franceses, de acordo com as pesquisas. O governo afirma que elevar uma das menores idades de aposentadoria da Europa permitirá evitar um futuro déficit no fundo previdenciário, mas os críticos afirmam que a reforma pune as mulheres com filhos e as pessoas que começaram a trabalhar muito jovens. A decisão sobre a validade ou não da reforma marcará a evolução de um conflito social arraigado e que beneficia, segundo analistas e as pesquisas, a líder de extrema-direita Marine Le Pen. O líder do sindicato moderado CFDT, Laurent Berger, culpou Emmanuel Macron pela situação e fez um alerta ao presidente sobre a “crise democrática” e o “risco de ascensão da extrema-direita”.

 

 





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Tribuna do Tocantins

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