Solução de inteligência artificial do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) para permitir uma correição inteligente de todo documento extrajudicial, a GiseLI (Gestão Integrada das Serventias Extrajudiciais com Linguagem Inteligente) foi apresentada ao consultor externo do Instituto Innovare, Altivo José da Silva Junior, na tarde desta terça-feira (22/07), na sede do Tribunal.
A apresentação é uma das etapas para que a ferramenta desenvolvida para a Corregedoria-Geral da Justiça do Tocantins (CGJUS) seja selecionada como finalista no 22º Prêmio Innovare, como explica a presidente do TJTO, desembargadora Maysa Vendramini Rosal.
“O Poder Judiciário recebe hoje o consultor do Instituto Innovare para que ele possa ter um conhecimento aprofundado do sistema de gestão integrada da Corregedoria-Geral, que está inscrito para concorrer ao Prêmio Innovare”, disse ao conduzir a reunião ao lado do corregedor-geral da Justiça, desembargador Pedro Nelson Coutinho, do juiz auxiliar da Presidência, Esmar Custódio Vêncio, e de servidores da Diretoria de Tecnologia da Informação (Dtinf/TJTO), desenvolvedores da ferramenta, também inscrita na premiação do 20º Congresso de Inovação do Poder Judiciário e Órgãos de Controle (Conip Jud 2025).
“O sistema GiseLI é uma inteligência artificial que vai beneficiar bastante os trabalhos da Corregedoria, principalmente porque permitirá um pré-acesso ao trabalho dos cartórios extrajudiciais e gerar grande economicidade a todo o sistema convencional”, explica o corregedor Pedro Nelson Coutinho.
“Então nós vamos poder fazer correição em qualquer cartório e análise documental online sete dias por semana, 24 horas por dia, o que representa um benefício muito grande para o Estado”, avalia.
Inovação constante na correição
Para o gestor do projeto e servidor da Dtinf, Harly Carreiro Varão, a GiseLI carrega muitos significados. “É uma iniciativa que representa muito para nós, da área de tecnologia do TJTO, e participar do Innovare é o reconhecimento de um trabalho de mais de 14 anos, que se converge na maior aplicação da inteligência artificial nas correições do Tribunal de Justiça, na área extrajudicial.”
Na avaliação dele, a presença do avaliador é gratificante por representar uma oportunidade para a GiseLI concorrer ao Prêmio Innovare na categoria Tribunal, e como melhor representante de tecnologia e eficiência na Justiça.
Na apresentação ao consultor, a equipe da Dtinf/TJTO explicou os ciclos de análise de documentos extrajudiciais e os problemas que surgiram ao longo dos últimos 14 anos, período em que as 239 serventias ativas no estado produziram mais de 70 milhões de atos que precisam ser fiscalizados, antes na forma presencial e depois remota. Segundo a apresentação, a GiseLI é uma correição inteligente que aprimora a fiscalização da documentação produzida nos cartórios, em busca de divergências e da garantia da integridade dos atos praticados.
Entre os benefícios apresentados estão a economia de tempo pela análise de IA em ações repetitivas, a padronização dos atos, o crescimento da arrecadação de acordo com a fiscalização e a redução dos custos em diárias em viagens, por exemplo.
Consultor do prêmio há 14 anos, o advogado Altivo José da Silva Junior avalia a solução tocantinense como promissora. “Sobre a GiseLI, considero que é extremamente eficiente e tem enorme chance de ser selecionada. E eu torço por ela também. A gente vê a qualidade de vários critérios objetivos que são os critérios que a comissão julgadora utiliza, não somente para esta seleção do prêmio, mas também para o acervo Innovare, para outros tribunais terem acesso, trocarem tecnologia, trocar experiências, poder utilizar economizando aí tempo e dinheiro para a Justiça brasileira.”
O consultor explica que, nesta etapa de visita, seu papel é atestar que a prática realmente está em funcionamento, repassar algumas orientações para a equipe responsável e entregar um relatório complementar à comissão julgadora, que selecionará duas práticas para a final.
Prêmio Innovare
Conforme o instituto responsável, o Prêmio Innovare – do latim fazer algo novo, inventar, criar – busca identificar, divulgar e difundir práticas que contribuam para o aprimoramento da Justiça no Brasil. A comissão julgadora é composta por ministros do STF, STJ, TST, desembargadores, promotores, juízes, defensores, advogados e profissionais de destaque interessados em contribuir para o desenvolvimento do Poder Judiciário.
Criado em 2004, mais de dez mil práticas de todos os estados do país já passaram pelo Prêmio Innovare, que laureou cerca de 300 vencedores e homenageados nas categorias Tribunal, Juiz, Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia, Justiça e Cidadania e CNJ. As práticas vencedoras serão conhecidas na cerimônia de premiação, no Supremo Tribunal Federal, em dezembro de 2025.