O Senado entregou nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o Diploma Bertha Lutz para sete mulheres que deram uma contribuição relevante à defesa dos direitos e das questões de gênero no Brasil. Os nomes foram indicados pela bancada feminina do Senado. As agraciadas foram a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber; a socióloga e primeira-dama, Rosangela da Silva, a Janja; a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka; a cientista política Ilona Szabó, presidente do instituto Igarapé; a jornalista Nilza Zacarias, coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. Também receberam a premiação in memoriam a jornalista Glória Maria e a líder indígena Clara Camarão.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, considera que a efetivação da bancada feminina no Colégio de Líderes foi o maior avanço da gestão passada, também coordenada por ele. Para Pacheco, a sociedade tem o desafio de combater o aumento do feminicídio e outras formas de violência generalizada e estrutural contra as mulheres no Brasil.
— Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que todas as formas de violência contra a mulher aumentaram em 2022. A pesquisa apresenta um cenário trágico, em que uma média superior a 50 mil mulheres diariamente são vítimas de diversas violências. E uma mulher a cada seis horas no Brasil sendo morta por ser mulher. Ainda há grandes obstáculos que persistem no atingimento da igualdade de gênero, como a diminuição da sub-representação na política, a redução das desigualdades no mercado de trabalho e o combate às violências, com dados alarmantes, uma quantidade inaceitável de feminicídios — afirmou Pacheco.
O presidente do Senado ressaltou também o papel vanguardista da cientista e ativista Bertha Lutz, cuja luta feminista teve impactos não só no Brasil, mas mundialmente.
— Lutz foi uma das poucas mulheres a participar da elaboração da Carta da Organização das Nações Unidas, em 1945. Em evento dominado por homens, a brasileira liderou a luta para que os direitos das mulheres estivessem contemplados. Lutz incluiu no preâmbulo e no artigo 8 da Carta uma referência específica à igualdade de direitos de homens e mulheres. Foi graças à sua luta que se garantiu a igualdade na participação de homens e mulheres nos diversos órgãos da ONU — disse.
Rosa Weber também destacou os avanços da representação feminina nas últimas décadas, a despeito das muitas dificuldades provocadas pelo machismo estrutural.
— A historiadora Mary Del Priore ressalta que a questão feminina no Brasil permaneceu excluída da própria História como disciplina até a década de 1970. O espaço era demarcado pelas representações masculinas dos historiadores que produziam com exclusividade a reconstituição da história, o longo evoluir das conquistas femininas no tocante à igualdade de gênero e à luta e resistência das mulheres, sobretudo sob a ótica das relações de poder.Mesmo no espaço forense, condutas e atos discriminatórios são indicativo seguro de que sequer o Judiciário, em seus campos de atuação, está imune à cultura da subjugação e desqualificação do feminino que impregna a sociedade na qual se vê, nos dias atuais, recrudescer de forma alarmante a violência contra a mulher — afirmou a ministra.
Já Rosangela da Silva disse que a sociedade brasileira também precisa estar alerta contra a cultura do ódio às mulheres nas redes sociais. Janja lembrou que é vítima de inúmeras fake news nas redes sociais, “mais até do que o presidente Lula”, devido à sua atuação político-social.
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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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