Promovida pelo Poder Judiciário do Tocantins, por meio da Comissão de Gestão da Memória e da Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat), a exposição Vozes Silenciadas esteve em Gurupi nos dias 3 e 4 de dezembro, apresentando ao público o registro judicial de alforria da pessoa escravizada Paula, datado do século XIX. A iniciativa teve como objetivo garantir a preservação da memória histórica e fortalecer a reflexão sobre direitos humanos, apresentando ao público vestígios materiais que revelam as marcas da escravidão e sua influência na formação social do Estado.
Durante a visitação, a professora de História Neuzirene Alves dos Santos destacou a relevância educativa da iniciativa, afirmando que a exposição apresentava a história do Tocantins de outra maneira, permitindo que estudantes e visitantes acessassem um capítulo pouco discutido, mas essencial para compreender as desigualdades e estruturas sociais ainda presentes na região. Segundo ela, o documento histórico de Paula revelava não apenas fatos jurídicos, mas elementos profundos sobre a resistência e o cotidiano das pessoas escravizadas no antigo norte de Goiás.
Entre os visitantes, a oficial de justiça Hérica Cantareli contou que ficou sabendo da exposição por meio de um convite recebido no trabalho e decidiu conferir de perto o material. “A mostra representou uma oportunidade única de conhecer documentos raros e refletir sobre episódios que costumam ficar fora da narrativa oficial”, afirmou.
Palmas
Entre os dias 6 e 8 de dezembro, no Shopping Capim Dourado, a exposição itinerante acontece em Palmas, aberta ao público, evidenciando a iniciativa que busca dar visibilidade a histórias locais e contribuir para o fortalecimento da memória coletiva do povo tocantinense.