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Famílias chefiadas por negros são mais atingidas pela fome, aponta pesquisa


Levantamento mostra que 125 milhões de brasileiros convivem com algum grau de insegurança alimentar; dados foram coletados entre novembro de 2021 e abril de 2022

DANIEL RAMALHO / AFP
De acordo com o levantamento, em um ano, 14 milhões de novas pessoas entraram em situação de fome

Uma pesquisa mostrou que as famílias chefiadas por pessoas autodeclaradas pretas ou pardas são mais atingidas pela fome no Brasil. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 26, e fazem parte do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II Vigisan). Segundo a pesquisa, 65% dos lares comandados por negros e pardos convivem com insegurança alimentar, sendo que 20,6% dos lares comandados por negros sofrem com a fome. O número é quase duas vezes maior do que o índice de famílias com chefes brancos (10,6%). Ao todo, 33,1 milhões de pessoas foram impactadas pela fome no Brasil entre novembro de 2021 e abril de 2022. A pesquisa mostrou que determinados recortes de raça e gênero estão mais vulneráveis. Os lares chefiados por mulheres negras, por exemplo, correspondem a 22% dos que sofrem com a fome, sendo quase o dobro do que os comandados por mulheres brancas, 13,5%.

Segundo a pesquisa, mais da metade (58,7%) da população sofre com algum grau de insegurança alimentar, sendo 28% com insegurança leve, 15,2% moderadas e 15,5%, grave. Com isso, o país regrediu ao patamar da década de 1990. Ainda de acordo com o levantamento, em um ano, 14 milhões de novas pessoas entraram em situação de fome. A pesquisa foi realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), com apoio da Ação da Cidadania, da ActionAid, da Fundação Friedrich Ebert Brasil, do Ibirapitanga, da Oxfam Brasil e do Sesc São Paulo. Ao todo, foram realizadas 12.745 entrevistas em 577 municípios dos 26 Estados e do Distrito Federal.





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Tribuna do Tocantins

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