Mais de 300 pessoas são presas durante protestos contra reforma da previdência na França


Decisão do governo de Emmanuel Macron de adotar mudança na Previdência sem submeter proposta à votação dos deputados enfureceu a população

LOIC VENANCE / AFPProtesto França Paris
Além de Paris, outras 24 cidades registraram manifestações, somando mais de 52 mil pessoas envolvidas

As forças de segurança prenderam 310 pessoas na França durante os protestos contra a reforma da Previdência adotada pelo governo de Emmanuel Macron sem o voto dos deputados. As prisões foram feitas nesta quinta-feira, 17, com a polícia usando gás lacrimogênio e jatos de água para dispersar os manifestantes próximos da “Place de la Concorde”, localizada próximo à Assembleia Nacional (câmara baixa). Em entrevista à rádio RTL, o ministro do Interior Gérald Darmanin, disse que “a oposição é legítima, as manifestações são legítimas, a desordem não”, além de advertir que o governo não permitirá o surgimento de “manifestações espontâneas”. De acordo com o ministro, 10 mil pessoas estavam no local, com 258 sendo detidas. Além de Paris, outras 24 cidades registraram manifestações, somando mais de 52 mil pessoas envolvidas. Rennes, Nantes e Lyon registraram incidentes e tiveram cinquenta e quatro policiais feridos. Mesmo após as prisões, quase 200 manifestantes bloquearam o anel viário de Paris por meia hora na manhã desta sexta-feira, 17, segundo um jornalista da AFP.

Com medo de perder a votação entre os deputados, o governo francês usou um artigo da Constituição e mudou a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos através de decreto. O governo está sob pressão e aguarda o resultado do voto de desconfiança anunciado contra o Executivo da primeira-ministra Élisabeth Borne. A votação deve acontecer no início da próxima semana e se a moção de censura for adotada, isto também derrubaria a reforma. A imprensa francesa criticou a postura de Macron por usar o mecanismo para aplicar seu projeto, classificando que o gesto demonstra “fracasso” e  “fraqueza” do governante.

*Com informações da AFP





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