TJTO inova com a contratação da primeira mulher motorista da história do Judiciário tocantinense
Pioneirismo ao volante. Ivonete Lima, 48 anos, mãe de três filhos, acaba de entrar para a história do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) como a primeira mulher a ocupar o cargo de motorista terceirizada do Judiciário tocantinense. Com ampla experiência no transporte urbano, rodoviário e de turismo, Ivonete se torna símbolo de representatividade e quebra de paradigmas em um ambiente historicamente masculino.
Habilitada nas categorias “A” e “D”, ela tem mais de uma década de estrada, conduzindo veículos de carga e passageiros por diferentes regiões do país. “Já rodei muitos lugares com os mais diversos tipos de transporte. Agora, estar ao volante de um veículo do Poder Judiciário tem sido uma experiência maravilhosa”, afirma, com orgulho.
Diversidade em movimento
Atualmente, Ivonete integra a equipe de 26 motoristas terceirizados lotados na capital. Sua chegada foi recebida com entusiasmo pelos colegas, que reconhecem o impacto positivo da presença feminina na equipe.
“A presença de uma mulher transforma o ambiente. A leveza, a responsabilidade e a atenção no trânsito são visíveis. Muita gente ainda acha que essa profissão é só para homens, mas a direção também é lugar de mulher, e ela é excelente no que faz”, elogia o colega André Carlos Cardoso Duarte.
A presidente do TJTO, desembargadora Maysa Vendramini Rosal, destacou a importância do momento.
“A competência da mulher deve ser reconhecida em todos os espaços. É com grande satisfação que recebemos a Ivonete em nosso quadro de motoristas. Sua contratação é um marco para o Tribunal e reforça nosso compromisso com a equidade de gênero.”
Na mesma linha, a desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe, presidente da Comissão Gestora de Políticas de Equidade de Gênero do TJTO, pontua que “A equidade de gênero deve ser perseguida em todos os níveis, e não apenas entre magistrados. A diversidade é um reflexo da sociedade que queremos construir, mais justa, plural e inclusiva.”
O diretor administrativo do Tribunal, Carlos Henrique Drumond, explicou que a contratação está alinhada à Resolução CNJ nº 540/2023, que orienta tribunais a promover a equidade de gênero, raça e etnia, inclusive nos contratos com empresas terceirizadas. “O CNJ tem incentivado a inserção da mulher também nas atividades terceirizadas do Judiciário. Isso dialoga com os valores do TJTO, que preza pela diversidade e inclusão”, ressaltou.
Mulheres na direção
O número de mulheres condutoras profissionais no Brasil vem crescendo de forma expressiva. Segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o total saltou de 75.771, em 2023, para 98.003, em 2024. E, mais que presença, elas também se destacam em outro quesito, segurança. No mesmo período, 4,9 mil homens perderam a vida ao volante, contra 1,1 mil mulheres. Quase 4 milhões de brasileiras hoje são proprietárias de veículos automotores.
No TJTO, essa realidade começa a ganhar corpo. A contratação de Ivonete simboliza mais que uma mudança de quadro funcional — é um passo firme na direção da igualdade.
O engenheiro eletricista do TJTO, João Carlos Sarri, foi um dos primeiros servidores conduzidos pela nova motorista e não poupou elogios: “Foi uma experiência excelente. Ela dirige com cuidado, serenidade e profissionalismo. A presença dela mostra que inclusão não é só discurso, é prática que melhora, de fato, nosso ambiente de trabalho.”
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