Em ato institucional no TJTO, homens são chamados a selar pacto pela proteção de mulheres
Em um ato institucional alusivo à Campanha do Laço Branco, representantes das forças de segurança e integrantes da rede de proteção à mulher uniram vozes, na manhã desta sexta-feira (5/12), no hall de entrada do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), para reforçar um pacto: homens engajados na construção de ambientes seguros, respeitosos e igualitários.
Promovida pelo TJTO, por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), a mobilização, alusiva ao Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, celebrado neste sábado (6/12), reuniu militares da Polícia Militar, integrantes da Assessoria Militar do Tribunal e membros da Guarda Metropolitana de Palmas.
O gesto de prender o laço branco na camisa marcou o compromisso assumido pelos presentes de não praticar, não apoiar e não silenciar diante de qualquer forma de violência contra as mulheres.
Reflexão e compromisso

A coordenadora da Cevid, juíza Cirlene de Assis, conduziu a reflexão sobre o propósito da campanha e o papel indispensável dos homens nesse enfrentamento. “O laço branco é um movimento dos homens pelo fim da violência contra as mulheres”, destacou. “Quando alguém diz que ‘mulher mente’, eu pergunto: será que temos mais mulheres mentindo ou mais mulheres morrendo?”.
A magistrada reforçou que nenhuma política pública será plenamente eficaz enquanto persistir a tolerância social à violência. “Quem protege um agressor abandona a vítima”, afirmou. “Um xingamento, um empurrão, uma humilhação… tudo isso pode ser o início de uma escalada que desagua no feminicídio. Precisamos romper essa cultura”.
Ela conclamou os presentes a replicarem o pedido central da campanha: não ser amigo, cúmplice ou conivente com homens autores de violência. “Se queremos proteger mulheres, precisamos abandonar imediatamente qualquer convivência que legitime o agressor”.
Presente ao evento, o juiz José Carlos Ferreira Machado ressaltou a relevância do trabalho da Cevid e trouxe um chamado à mudança. “Nós, homens, somos produto dessa cultura. Mudar é preciso, não mudar é fatal”.
Rede de proteção fortalecida
A major Niceia Marques, da Assessoria Militar do TJTO, falou sobre as ações preventivas realizadas com estudantes e destacou a importância de atuar na causa. “As campanhas são fundamentais porque alcançam justamente onde tudo começa”.
O comandante do 1º BPM, tenente-coronel Thiago Monteiro, compartilhou inquietações e avanços da corporação. “Se quem comete a violência é o homem, nossas políticas públicas precisam falar com os homens”, disse ao destacar o projeto De Homem para Homem, que leva orientação e sensibilização masculina para ruas, batalhões e comunidades. Ele reforçou que a Polícia Militar está à disposição e é parceira da Cevid nessa causa.
A inspetora-chefe Letícia Bordin, da Patrulha Mulher Segura da Guarda Metropolitana de Palmas, trouxe dados e reforçou a necessidade da mudança cultural. “O machismo estrutural ainda faz com que muitos homens acreditem que a mulher vale menos. Essa lógica mata. Mudá-la é um dever coletivo”.
Pacto
Criada em 1991, após o Massacre de Montreal, a Campanha do Laço Branco tornou-se o maior movimento mundial de mobilização de homens pelo fim da violência contra as mulheres. No Brasil, o dia 6 de dezembro é reconhecido como o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

Ao final do ato, homens presentes foram convidados pela juíza Cirlene a colocar o laço branco como símbolo de compromisso com uma transformação cultural urgente e necessária.



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