Alexandre de Moraes volta a reforçar garantia de “eleições limpas”

O ministro toma posse como presidente da Corte em 16 de agosto.

O presidente em exercício do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, reiterou que a Justiça Eleitoral, com o apoio do Ministério Público Eleitoral, vai garantir eleições limpas, seguras e tranquilas, com combate à desinformação. “Agora, nós sabemos como as milícias digitais atuam, nós sabemos como combatê-las, e o combate vai ser firme”, afirmou.

Alexandre de Moraes, que assume a presidência o TSE no dia 16 de agosto, encerrou o 6º Curso de Pós-Graduação em Direito Eleitoral e Processual Eleitoral da Escola Judiciária Eleitoral Paulista (EJEP), na noite de segunda-feira (11), com uma aula magna sobre o funcionamento das milícias digitais e o desafio da Justiça Eleitoral em combater os ataques à democracia.

Durante a exposição, o ministro afirmou que a Justiça Eleitoral sempre enfrentou a desinformação e as agressões políticas, mas reconheceu que agora o desafio ganhou nova proporção com a disseminação intencional e articulada de desinformação com o objetivo de desestabilizar o processo eleitoral e as instituições democráticas. “É algo diferente e muito mais importante do que foi em outras eleições”, afirmou.

“Hoje, quando falamos em combate à desinformação não estamos falando de uma questão isolada, estamos falando de uma máquina de informações fraudulentas, de milícias digitais que atentam contra a democracia disseminando discursos de ódio, de violência”.

Moraes enfatizou que combater a desinformação é garantir ao eleitor o direito de escolher seus candidatos, qualquer que seja ele, com liberdade. “E só se escolhe com liberdade aquele que tem informações corretas, não sofre coações, não é bombardeado por mentiras, por discursos de ódio, por notícias fraudulentas, preparadas para atingir determinado objetivo, a veracidade das eleições, atentar contra a democracia”.

Estrutura

Segundo o ministro, as milícias digitais se aperfeiçoaram, criaram estruturas bem montadas, com núcleos específicos de produção, divulgação, articulação política e apoio financeiro, para atacar os três pilares da democracia: a liberdade de imprensa, a legitimidade do sistema eleitoral e a independência e autonomia do Poder Judiciário.

Moraes reconheceu que, nas eleições de 2018, a Justiça Eleitoral não estava devidamente preparada para combater a desinformação e subestimou o poder das milícias digitais. “Não podemos e não vamos subestimá-lo de novo”, afirmou, ao destacar que a tentativa de se colocar em risco a democracia “é algo que se pretende e não se conseguirá”.

O ministro reiterou que candidatos e políticos que usarem milícias digitais estarão praticando crimes eleitorais. “Quem se utilizar de milícias digitais estará usando de abuso de poder político e econômico. O TSE fez questão de deixar claro isso em duas decisões, e o Supremo Tribunal Federal reafirmou isso pela Segunda Turma, para que nós possamos garantir que o eleitor tenha a liberdade no momento da escolha de seu voto”, enfatizou.

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