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Chiclete, gelatina, sorvete, suco em pó: aspartame está em toda a parte e deve ser evitado


Organização Mundial da Saúde alertou que o adoçante artificial é ‘possivelmente’ cancerígeno para os seres humanos

Angelica Vaihel/Banco de imagens Pixabay
Especialistas alertam para o consumo de chicletes por conterem adoçantes artificiais

O aspartame, classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “potencialmente cancerígeno”, não é utilizado apenas nos adoçantes para bebidas e refrigerantes sem açúcar. Assim como o sódio e os corantes, a substância artificialmente doce está na composição de muitos produtos industrializados consumidos principalmente por crianças, como chiclete, gelatina, sorvete e suco em pó. A recomendação de médicos e outros especialistas é monitorar a quantidade e dar preferência a alimentos naturais. A nutricionista Maria Eduarda Diogenes, da área técnica de alimentação, nutrição, atividade física e câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca), ressalta que a maioria dos produtos com sabores artificiais não tem especificações nos rótulos sobre a composição. “Muitas vezes não temos a informação da quantidade que está presente no produto, pois não é obrigatório. Fica muito difícil a pessoa entender exatamente o quanto ela consome.”

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), da Organização Mundial da Saúde (OMS), avaliou pela primeira vez o nível de perigo do aspartame e, no último dia 14, informou que a substância é “possivelmente” cancerígena para os seres humanos, embora a dose diária considerada segura não tenha sido modificada. “Aconselhamos as empresas a não retirarem seus produtos nem recomendamos que os consumidores deixem de consumi-los completamente”, afirmou Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição, Saúde e Desenvolvimento da OMS.

A posição do Inca foi ainda mais firme: o melhor é não consumir o aspartame. Além da relação com vários tipos de câncer, o instituto destaca que não há vantagem para quem está tentando perder peso. “Considerando também as evidências científicas que apontam que o consumo de bebidas adoçadas com adoçantes artificiais não colabora para o controle da obesidade, podendo ainda contribuir com o excesso de peso corporal e, por fim, considerando a associação direta do excesso de gordura corporal com pelo menos 15 tipos de câncer, o Inca aconselha à população geral evitar o consumo de qualquer tipo de adoçante artificial e adotar uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e minimamente processados e limitada em alimentos ultraprocessados”, informou por meio de nota oficial.

“Os limites seguros seriam 40 miligramas de aspartame por quilograma de peso. Mas antes das pessoas pensarem ‘posso ingerir até quanto?’, deveriam pensar ‘por que estou ingerindo?’”, observa Maria Eduarda. A nutricionista destaca que a alimentação infantil é a que mais preocupa. “Esse cálculo [40 miligramas de aspartame por quilograma de peso] acaba tendo foco no peso de um adulto de 70 quilos. Mas e quando pensamos no peso de uma criança? Se vai fazer uma conta de uma criança de 15 quilos, por exemplo, vai ver que esses produtos não devem estar na alimentação, principalmente quando falamos da alimentação infantil. Infelizmente, da mesma forma que observamos na dieta do adulto brasileiro que cada vez mais os sucos artificiais e refrigerantes estão presentes, também estão na alimentação infantil”, acrescentou a nutricionista.

O mel é uma boa opção natural para adoçar chás e evitar os produtos artificiais. Já as frutas são ótimas alternativas para lanches rápidos e dão saciedade maior do que chicletes, balas e gelatinas, por exemplo. Também é importante ter atenção para não trocar o adoçante pelo açúcar refinado, que contribui potencialmente para a obesidade e outras doenças. “A recomendação para quem quer manter a saúde contínua e uma dieta equilibrada é a preferência pelo consumo de alimentos in natura”, reforça o oncologista clínico e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Gustavo Fernandes.

O médico pondera que o alerta da OMS não deve causar pânico sobre o aspartame, e sim desestimular o exagero no consumo diário dos industrializados em geral. “Para um adulto com o peso de 70 kg ultrapassar a dose diária recomendada, ele deveria ingerir mais de dez latas de refrigerante diet. O ponto mais importante desse anúncio é que o consumo de aspartame deve ser desestimulado. A recomendação diz que o produto não é inócuo e as pessoas precisam ter atenção especial para a quantidade diária ingerida.”

 





FONTE

Tribuna do Tocantins

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