Com JUS em Ação, TJTO fortalece o diálogo, a prevenção e as redes de proteção em Arapoema
Em Arapoema, a quarta-feira (29/10) amanheceu diferente. O projeto JUS em Ação, do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), transformou a rotina da cidade em um movimento de diálogo e reflexão. Escolas, praças e espaços públicos se encheram de cores, histórias e significado, com ações voltadas ao conhecimento, à prevenção e à reflexão sobre temas que impactam diretamente a vida das pessoas.
Entre os temas debatidos estavam a violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha, a prevenção às drogas e o fortalecimento das redes de apoio – pilares essenciais de uma sociedade mais justa e consciente.
Durante a programação realizada no Fórum, a coordenadora estadual da mulher em situação de violência doméstica e familiar (Cevid/TJTO), juíza Cirlene Maria de Assis, apresentou o Programa de Proteção, Acolhimento Humanizado e Solidário às Mulheres do Poder Judiciário do Tocantins (PAHS), que oferece suporte às mulheres do Judiciário em situação de violência.
Durante a ação, 11 servidores da comarca aceitaram o convite para integrar a rede de apoio do programa, recebendo o boton que os identificam como membros aptos a acolher e orientar pessoas que enfrentam situações de violência.
Na sequência, foi realizada uma microcapacitação com agentes de saúde, educação e assistência social. A magistrada destacou a importância da atuação integrada da rede de proteção.
“Trabalhamos para que cada mulher atendida tenha uma resposta rápida e eficaz. A rede de proteção é um esforço conjunto – judiciário, municípios e sociedade – para garantir segurança e dignidade a todas”, disse a magistrada.
O encerramento das atividades no Fórum foi marcado pela assinatura do Pacto pelo Fim da Violência contra a Mulher entre os poderes Judiciário, Executivo e Legislativo.
Proerd
Natural de Arapoema, a subtenente Rosiléia Dias Carneiro conversou com alunos das escolas estaduais Antônio Delfino Guimarães e Ruilon Dias Carneiro por meio do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd).
Com uma fala inspiradora, levou mensagens de incentivo, autoestima e superação.“O Proerd é um programa preventivo que mostra às crianças e adolescentes que dizer não às drogas é dizer sim à vida. Trabalhamos a autoestima, a alegria, a capacidade de vencer. Eu estudei aqui na escola Ruilon, que leva o nome do meu irmão, e hoje volto como policial militar. Quero que eles saibam: vocês também podem vencer”, disse Rosiléia.
A presidente do TJTO, desembargadora Maysa Vendramini Rosal, elogiou a parceria com a Polícia Militar, destacando que
“o Proerd é uma ferramenta essencial de prevenção e cidadania, e o JUS em Ação é um espaço perfeito para ampliar essa mensagem.”
Banco Vermelho
Já a Escola Municipal Professor Francisco José Pereira recebeu a equipe da Cevid/TJTO com a oficina do Banquinho Vermelho, voltada a crianças de 8 a 12 anos.
De forma lúdica e educativa, psicólogas credenciadas conduziram rodas de conversa para explicar a Lei Maria da Penha, os cinco tipos de violência e os caminhos para denunciar.
Entre os pequenos, a mensagem ficou clara! “Aprendi que tem que ter respeito pela mulher, que não pode bater e nem a mulher na gente, e que a gente tem que ligar pra polícia quando alguém estiver indefeso”, contou Carlos Henrique Marques, de 9 anos, que confeccionou seu próprio mini banquinho vermelho com palitos de picolé e levou para casa esse símbolo de respeito, justiça e esperança.
O símbolo que fala
A culminância das atividades ocorreu na Praça do Ginásio de Esportes José Dias Carneiro, com a instalação do Banco Vermelho, símbolo mundial de combate ao feminicídio. O momento foi marcado por emoção, compromisso e reflexão coletiva.
A juíza Cirlene Maria de Assis, coordenadora da CEVID, destacou o sentido da ação.
“Não é apenas um banco, é um alerta e um pedido por proteção. O Banco Vermelho é uma iniciativa global que começou em 2016, na Itália, e passou a ser símbolo da luta contra a violência de gênero. Aqui no Tocantins, queremos que ele não fique apenas na praça, que ele viaje, circule, chegue às escolas, povoados e comunidades, levando a mensagem do respeito e do acolhimento às mulheres”.
Ela reforçou ainda que a cor e o tamanho do banco carregam um significado profundos.
“O banco é vermelho para representar o sangue das mulheres que foram mortas. E ele é grande porque a nossa causa também é gigante”.
As ações reuniram autoridades do Judiciário, Executivo e Legislativo, além de representantes da Defensoria Pública, OAB, Polícias Civil e Militar. A comunidade também marcou presença, consolidando o compromisso coletivo de enfrentamento à violência de gênero e de promoção da igualdade e do respeito.



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