Dia Mundial da Conscientização do Autismo é celebrado nesta segunda-feira (2/4); confira ações do Poder Judiciário do Tocantins
Incorporado no calendário inclusivo do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO), o Dia Mundial da Conscientização do Autismo será celebrado neste domingo, dia 2 de abril. O Transtorno de Espectro Autista (TEA) é uma das principais manifestações de neurodiversidade conhecida. E o Poder Judiciário tocantinense está comprometido com a causa, por meio da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (CPAI) e da Coordenadoria de Gestão Socioambiental e de Responsabilidade Social (Cogersa).
Entre as ações já promovidas pelo TJTO, está a “Semana de Acessibilidade e Inclusão do Poder Judiciário Tocantinense”, projeto desenvolvido pela Cogersa e CPAI em novembro e dezembro de 2022. Na oportunidade, foram realizadas atividades de capacitação e sensibilização sobre a temática.
Além disso, também foi produzido o documentário “Habilidades Mágicas’’, como forma de trazer ao público relatos de pessoas neurodiversas e suas famílias, as dificuldades enfrentadas para obtenção do diagnóstico, a falta de suporte e acolhimento após o diagnóstico, tratamento e algumas práticas terapêuticas vivenciadas. O documentário é narrado pelo Heitor, pessoa portadora do espectro autista que não falava quando recebeu o diagnóstico, mas que, após a realização das terapias, passou a desenvolver sua fala, e, atualmente, possui um canal no Youtube.
“O mais importante quando se fala do tema acessibilidade e inclusão é que todos entendam que as pessoas que têm essa condição devem ser estimuladas o mais cedo possível, isso vai mudar toda a relação dessa pessoa com o mundo. Em alguns momentos eles vão esbarrar em alguns problemas e, então, entra a questão do Poder Judiciário de poder atuar de maneira a auxiliar essas pessoas a fazerem determinadas coisas que são importantes para a inclusão e acessibilidade”, disse o presidente da CPAI, desembargador Pedro Nelson, no documentário.
Confira o documentário abaixo:
Simpósio
Ainda durante a Semana de Acessibilidade e Inclusão, foi realizado o Simpósio sobre os Direitos da Pessoa com Autismo, com oferta de 1300 vagas, distribuídas entre presenciais e à distância. Ademais, aconteceu o Workshop “Atendimento de Pessoas com Neurodiversidades”, com oferta de 70 vagas, de forma presencial, aos servidores do Poder Judiciário.
Participar do workshop de atendimento à neurodiversidade foi uma oportunidade única de conhecer os principais manejos e abordagens a esse público neurodiverso e promover verdadeiramente a inclusão. É de suma importância que as instituições públicas e privadas se adequem a nova realidade mundial. O judiciário tocantinense, nesse contexto, saiu à frente ao capacitar os servidores que estarão lidando diretamente com esse público neurodiverso em audiências, cartórios, gabinetes e setores da própria instituição.
disse, Hajussa Fernandes Garcia, servidora do TJTO e mãe de uma criança autista.
Transtorno do Espectro Autista
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida.
Causas
As causas do TEA não são totalmente conhecidas, e a pesquisa científica sempre concentrou esforços no estudo da predisposição genética, analisando mutações espontâneas que podem ocorrer no desenvolvimento do feto e a herança genética passada de pais para filhos. No entanto, já há evidências de que as causas hereditárias explicariam apenas metade do risco de desenvolver TEA. Fatores ambientais que impactam o feto, como estresse, infecções, exposição a substâncias tóxicas, complicações durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos teriam o mesmo peso na possibilidade de aparecimento do distúrbio. (Fonte: autismoerealidade.org.br)
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