Duas fontes de césio-137 desaparecem de mineradora em Minas Gerais


Caso é investigado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); equipamentos desapareceram no dia 29 de junho

Divulgação/CNENFontes de césio-137 desaparecidas em Minas Gerais
Fontes de césio-137 desaparecidas em MG são de baixo risco, segundo a CNEN

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) investiga o sumiço de duas fontes seladas de césio-137 da mineradora AMG Brasil, em Nazareno, no interior de Minas Gerais. Segundo a comissão, existe a probabilidade dos equipamentos terem sido furtados. As fontes radioativas estão desaparecidas desde o dia 29 de junho. A Polícia Civil do Estado também investiga o caso. Os técnicos do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) foram até o local na última sexta-feira, 30. Eles continuam prestando apoio nas atividades de busca para a localização das fontes. A comissão informou que a mineradora está regularmente licenciada pela CNEN e possui autorização para operação vigente até 30 de dezembro de 2025. Segundo informações da CNEN, as fontes são duplamente encapsuladas com aço inoxidável e blindadas externamente em aço inox, resistente ao impacto. A atividade individual é de 5 MCI  (meios de contraste iodado). Elas compunham equipamentos medidores de densidade. Segundo a comissão, a classificação de risco é 5, que é considerado baixo.

Em 1987, dois catadores de materiais recicláveis encontraram encontraram césio-137 de uma máquina de radioterapia que estava localizada no Instituto Goiano de Radioterapia, em Goiânia. Os dois venderam a peça para um ferro-velho. A peça foi aberta pelo dono do local. Uma boa quantidade de césio-137 acabou sendo exposta e, consequentemente, contaminado a população. Quatro pessoas morreram de forma imediata. A CNEN explica que as fontes desaparecidas em Minas Gerais possuem atividade 300 mil vezes menor do que a do acidente. Além disso, a comissão informou que as fontes são confeccionadas em material cerâmico, ou seja, mesmo que fossem violadas em seus invólucros duplos de aço inox não seriam espalháveis como foi a fonte do acidente de 1987. “Essas fontes são classificadas como não perigosas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Por isso, não são esperados efeitos severos à saúde pelo contato com as mesmas. No entanto, é importante continuar as buscas para recuperá-las de tal forma a prevenir exposições desnecessárias”, disse a CNEN. A reportagem da Jovem Pan procurou a AMG Brasil e aguarda a manifestação da empresa.

 





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