Eduardo Gomes teria pedido dinheiro para empresário investigado pela PF por lavagem de dinheiro, aponta relatório
A Polícia Federal encontrou trocas de mensagens indicando que o senador licenciado Eduardo Gomes (PL-TO), líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, teria feito pedidos de depósitos bancários a um empresário, que prometeu ajudar a adiar uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). As informações são do jornal O Globo.
Segundo a publicação, as mensagens trocadas foram encontradas pela PF no celular de um amigo do parlamentar, o empresário Jorge Rodrigues Alves, que foi alvo da Operação Lavanderia e atua nos setores de construção civil e iluminação. A ação policial foi deflagrada para investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro e fraudes em licitações no Tocantins, em março deste ano.
Após analisar as mensagens, que continham comprovantes de depósitos a pessoas indicadas pelo senador, os investigadores encaminharam um relatório sigiloso à 4ª Vara Federal do Tocantins no último dia 11 de julho.
No documento, a PF solicita o envio do caso para o Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver um parlamentar, que tem foro privilegiado na Corte, e afirma: “Há, por fim, diversas conversas entre Jorge e o senador Eduardo Gomes, indicando que Jorge aparentemente paga contas para o senador e lhe envia dinheiro, assim como lhe pede favores e intercessão em assuntos de suas empresas”, afirmou a entidade em nota.
Segundo o jornal O Globo, o empresário prestava contas a Eduardo Gomes sobre os depósitos solicitados. Uma mulher e até mesmo um assessor parlamentar foram usados para receberem dinheiro destinador ao senador.
Em abril de 2019, o Jorge Rodrigues Alves, que atua nos setores de construção civil e iluminação, pediu ajuda ao senador para adiar uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) que mudaria especificações de luminárias no sistema de iluminação pública no Brasil. “Portaria 20 do Inmetro. Precisa ser URGENTEMENTE suspensa ou adiada”, escreveu o empresário.
Alves afirma ao parlamentar, nas mensagens, que sua empresa acabaria desclassificada de uma disputa de um contrato público se fosse aprovada a nova portaria do Inmetro. Gomes, então, afirmou que tentaria conversar no Ministério da Economia e até mesmo poderia trabalhar na demissão de Angela Flôres, então presidente do Inmetro.
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