espaço de acolhimento e escuta para quem cuida do Judiciário tocantinense


Em um cenário de rotinas aceleradas, metas e prazos a cumprir, parar para se cuidar tornou-se uma necessidade. Neste Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10/9), em meio ao Setembro Amarelo, o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), por meio do Núcleo de Acolhimento e Acompanhamento Psicossocial (NAPsi), reforça a mensagem de que ninguém precisa enfrentar sozinho os desafios da vida.

Nesse sentido, o Poder Judiciário do Tocantins oferece um espaço de acolhimento, escuta e orientação para magistradas(os) e servidoras(es) que estejam enfrentando desafios emocionais ou situações de vulnerabilidade.

Criado em 2020, o NAPsi é um serviço pioneiro entre tribunais do país. Mais do que tratar adoecimentos, o núcleo atua na prevenção e na promoção da saúde mental, trabalhando para que magistradas(os) e servidoras(res) reconheçam seus limites, ressignifiquem suas dores e descubram caminhos possíveis para o equilíbrio emocional.

Imagem de uma sessão de aconselhamento ou terapia, com uma mulher e um homem sentados frente a frente em uma sala

“O NAPsi representa uma mudança de paradigma dentro dos órgãos públicos. É um espaço exclusivo para falar de saúde mental, acolher o sofrimento e apoiar quem precisa. Nossa proposta não é só tratar o problema do servidor, mas ajudar a prevenir o adoecimento e fortalecer a saúde de cada pessoa”, explica o psiquiatra do Núcleo, Wordney Carvalho Camarço.

 

Falar, acolher e cuidar

Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria mostram que cerca de 14 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no Brasil, uma média de 38 casos por dia. Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio já é a primeira causa de morte.

Psicólogo do NAPsi, homem de cabelos brancos, usando óculos e camisa cinza, sorrir para uma mulher que está de costa e de frente para ele; ela usa camiseta azul.

Diante desse cenário, o NAPsi propõe uma abordagem humanizada e sigilosa, acolhendo cada pessoa com respeito, empatia e responsabilidade.

“Nem toda pessoa que tenta tirar a própria vida tem um transtorno mental. Às vezes, ela está vivendo um sofrimento tão intenso que não consegue elaborar o que sente. Nosso papel é oferecer um espaço seguro para que possa falar, se escutar e encontrar caminhos”, destaca a psicóloga do NAPsi, Janaína Rodrigues.

 

Como o NAPsi pode ajudar

O NAPsi oferece atendimentos individuais e rodas de conversa, presenciais e on-line, promovendo espaços de diálogo e troca. O objetivo é fortalecer a saúde mental, prevenir adoecimentos e criar um ambiente de trabalho mais saudável e colaborativo.

“O trabalho dignifica o homem e pode fazer bem para a saúde, desde que existam condições adequadas de trabalho e um ambiente saudável. Quando isso não acontece, acontece o adoecimento relacionado ao trabalho. Então, a proposta é ouvir e apoiar o servidor”, reforça Wordney Camarço.

Equipe do NAPsi reunida em uma roda de conversa, planejando as ações do núcleo; são oito pessoas sentadas, sendo seis mulheres e dois homens

A equipe multidisciplinar conta com uma equipe de cerca de dez profissionais, entre os quais seis psicólogos, um psiquiatra e uma assistente social, preparados para atender magistradas(os) e servidoras(res) do TJTO. Todos os atendimentos são sigilosos, humanizados e baseados em escuta qualificada.

Desde a criação do núcleo, os resultados têm sido positivos. Segundo levantamento mais recente, nenhum dos servidores acompanhados pelo NAPsi precisou se afastar do trabalho e, entre aqueles que estavam afastados, todos retornaram após o acompanhamento.

“Os retornos que nós temos são, eu diria, 99,9% muito positivos. Porque por ser um espaço em que a pessoa é acolhida, ouvida, e tem à disposição profissionais preparados para uma escuta sem julgamentos, essa pessoa se sente segura para falar de si, para si”, completa Janaína.

Desde a sua criação, o Napsi já atendeu 15% da força de trabalho do Judiciário tocantinense, com quase 6 mil atendimentos realizados, segundo relatório do núcleo. 

 

Sinais de alerta

A convivência diária no trabalho pode revelar sinais sutis de que um colega está passando por dificuldades emocionais. Muitas vezes, o que salva vidas é um olhar atento.

“É preciso desenvolver um olhar intencional para o outro. Perceber que aquela pessoa está diferente, que perdeu características que costumava ter no dia a dia. Parece simples, e é simples, mas hoje parece que está cada vez mais difícil. Um olhar atento pode fazer toda a diferença”, orienta Camarço.

A qualquer sinal, a orientação é procurar o NAPsi, que oferece atendimentos individuais e rodas de conversa presenciais e on-line, sempre com escuta qualificada. O núcleo atende a todas as comarcas e conta com equipe multidisciplinar que presta acolhimento sigiloso e humanizado, com respeito, empatia e privacidade garantidos.

No mês dedicado à vida, os profissionais do NAPsi reforçam que buscar ajuda é um ato de coragem e que falar pode salvar. 

Imagem de uma profissional de pscologia, vestida de branco, sentada de frente para uma jovem que usa roupa vermelha, as duas estão em uma sessão de terapia; ao fundo uma mesa branca com monitores e alguns objetos.

“Existem espaços de escuta. Se a pessoa não se sente bem ou não se sente acolhida naquele sofrimento, seja ele momentâneo ou duradouro, é importante procurar ajuda, seja na comunidade, com familiares, colegas de trabalho ou por meio de apoio técnico. Existem espaços para ela ser ouvida e acolhida”, enfatiza Janaína.

“O próprio slogan do Setembro Amarelo é ‘Se precisar, peça ajuda’. Não estar bem faz parte da vida, mas quando esse não está bem ultrapassa os limites do suportável, é hora de buscar apoio. Não dá para esperar que os outros adivinhem o que estamos passando. Procurar ajuda garante, no mínimo, um ouvido atento, sem julgamentos, com sigilo e privacidade, e naquilo que a gente puder, a gente vai ajudar”, frisou Wordney Camarço.

 




 Cuide de você e do outro




👂Escute sem julgar → Um ouvido atento pode salvar vidas.

👁Observe mudanças sutis → Alterações de comportamento podem ser sinais de alerta.

🗣Quebre o silêncio → Falar sobre saúde mental é um ato de coragem.

🥼Procure ajuda especializada → Cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo.

🌻Seja rede de apoio → Demonstre que as pessoas não estão sozinhas.

 




Magistrada(o) e servidora(or), onde buscar ajuda




Endereço: Edifício Florença, Quadra 103 Norte, Palmas-TO

E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

WhatsApp: (63) 3142-1467

Horário de atendimento: segunda a sexta-feira, das 12h às 18h

 

 



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