Judiciário irá reconhecer boas práticas que visam formar e qualificar jovens em situação de acolhimento familiar ou institucional


A Corregedoria-Geral da Justiça do Tocantins (CGJUS) irá reconhecer pessoas e instituições que oportunizam a formação, qualificação e aperfeiçoamento profissional de jovens inseridos em programa de acolhimento familiar ou institucional no estado. Atualmente, nove adolescentes com idades entre 15 e 17 anos vivem em abrigos no Tocantins; sete desenvolvem atividades que visam inserção no mercado de trabalho. 

O certificado Amigo do Adolescente Acolhido foi instituído no mês de agosto pelo Provimento nº 10, publicado no Diário da Justiça nº 5480. A iniciativa é uma ação prevista na META 1H do Plano de Gestão 2023-2025 da Corregedoria, cujo objeto é “desenvolver protocolos institucionais entre tribunais, entidades da sociedade civil, instituições de ensino, empreendedores e empresários, objetivando viabilizar o processo de desinstitucionalização do jovem que vive em casa de acolhimento institucional, ao completar 18 anos (Diretriz Estratégica 11– CNJ/2023)”. Confira a íntegra do Provimento nº 10.

Conforme o ato, o reconhecimento será conferido, a cada biênio, a até cinco pessoas físicas e/ou jurídicas que desenvolvem ações para o desenvolvimento e inserção na sociedade de adolescentes prestes a completarem 18 anos e que ainda vivem acolhidos em abrigos no estado. O objetivo é contribuir para o processo saudável de desinstitucionalização desses jovens.

Atualmente o Tocantins tem nove adolescentes de 15 a 17 anos vivendo em instituições de acolhimento. Deste total, sete participam de alguma ação de formação ou capacitação; e cinco já completaram 17 anos e estão próximos de serem desinstitucionalizados. 

Esperança

A jovem Carolina Coelho completou 18 anos acolhida no Abrigo de Divinópolis, depois de já ter passado por uma instituição em Paraíso. Lá ela teve a oportunidade de aprender atividades domésticas, como cozinhar, lavar roupa e limpar a casa. Externamente, sua primeira experiência foi em um salão de beleza; também passou por uma escola até chegar ao escritório de advocacia onde trabalha atualmente. “Entrei no programa jovem aprendiz e aprendi muito; recebia pelo meu trabalho e tinha minha conta no banco. Eles nos ensinaram que precisávamos economizar porque iríamos precisar. Isso me deixou bem mais motivada”, recorda.

Aos 19 anos, Carolina hoje não tem apenas um emprego para se manter, como constituiu uma família. “O abrigo foi um lar pra mim, não foi só uma passagem, teve amor, cuidado, carinho tudo que um ser humano necessita. E quando foi pra sair, o pessoal me ajudou bastante, fez chá de panela pra mim e ganhei bastante coisas. Hoje moro com meu namorado, que conheci quando ainda  morava no abrigo, em 2019”, conta. “Só tenho a agradecer a eles por tudo e por tanto que eles fizeram na minha vida”, complementa.



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