Juiz estadual ressalta foco na cooperação institucional para aproximar serviços da população durante abertura do “Justiça Cidadã no Cerrado” em Mateiros


Durante a abertura oficial da ação “Justiça Cidadã no Cerrado”, na manhã desta segunda-feira (20/10), em Mateiros, no coração do Jalapão, o juiz William Trigilio da Silva, da Comarca de Ponte Alta do Tocantins, classificou o evento como um gesto de presença e respeito com a sociedade. “Temos a consciência de que a Justiça só se torna plena quando realmente atinge toda a população, principalmente a de difícil acesso, a que está longe dos grandes centros”, declarou em sua fala como representante do Tribunal de Justiça (TJTO) no evento.

A imagem mostra o juiz William Trigilio da Silva, da Comarca de Ponte Alta do Tocantins, falando ao microfone durante a ação Justiça Cidadã no Cerrado.

O Tribunal de Justiça participa da força-tarefa com o mutirão Pop Rua Jud, que chega à sua 3ª edição no estado (a segunda deste ano) e levará serviços gratuitos à população de Mateiros, São Félix e comunidades quilombolas da região, entre os dias 20 e 22 de outubro.

Também compuseram o dispositivo de honra da abertura, representando o Tribunal, a juíza coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), Cirlene de Assis, e a juíza e vice-coordenadora do Comitê Pop Rua Jud do TJ, Rosa Maria Gazire Rossi.

A cerimônia de abertura reuniu autoridades dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, além de representantes de órgãos de controle e da segurança pública. A tônica dos discursos recaiu sobre a importância da união de esforços para atender à população local.

Coordenado pela Seção Judiciária da Justiça Federal no Tocantins (SJTO) e realizado em parceria com diversas instituições, o evento visa levar serviços essenciais e fortalecer a cidadania em comunidades de difícil acesso, incluindo povos quilombolas. O juiz e diretor do Foro da Justiça Federal em Palmas, Igor Itapary Pinheiro, anfitrião do evento, definiu a ação como um esforço para que a Justiça deixe de ser uma “instituição distante” e se torne uma “presença concreta, transformadora e acolhedora”.

Conforme o magistrado, a iniciativa é resultado de dedicação e cooperação em busca da oferta de cidadania. “Essa é uma relevante ação de cidadania, com apoio absolutamente essencial das instituições que, com elevado espírito público, contribuíram decisivamente para a sua concretização”, afirmou, agradecendo nominalmente os parceiros, como o TJTO, o Governo do Estado, o Exército e a prefeitura local, entre as mais de 20 instituições participantes.

O defensor público-geral do Tocantins, Pedro Alexandre Conceição Aires Gonçalves, ressaltou o trabalho em “rede” das instituições. “A 7ª Defensoria Pública, a sede do Ministério Público, os nossos fóruns, nossos gabinetes — todos devem ser territórios quilombolas, devem ser territórios das pessoas que mais precisam”, disse, ao enfatizar a necessidade de sensibilidade no atendimento, dado o esforço de deslocamento da população.

Reforçou o objetivo da ação o procurador do Trabalho Márcio de Aguiar Ribeiro, que definiu o “atendimento da população” como o “objetivo principal de todo o órgão público”.

A preocupação com as comunidades tradicionais também ganhou destaque na fala do procurador-chefe do Ministério Público Federal no Tocantins, Álvaro Manzano, que saudou especificamente as comunidades quilombolas da região, como Mumbuca, Prata e Galhão. Manzano expressou o desejo de que o evento promova uma “mudança de cultura” nas instituições, para que o bom atendimento visto na ação se reflita nos gabinetes dos órgãos quando forem procurados pela população.

Presente no evento, o senador Irajá Abreu afirmou que a agenda da Justiça Cidadã representa a “garantia da dignidade” para a população local, quilombolas e povos originários. O governador em exercício, Laurez Moreira, elogiou a iniciativa das autoridades de “sair do ar-condicionado” para “ver as dificuldades que cada homem e cada mulher vive neste estado”.



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