Justiça Cidadã no Cerrado é celebrada por autoridades como exemplo de união para superar barreiras e garantir direitos fundamentais em região remota


Mais do que palavras faladas ao vento, uma entrega de “obras” que “cantam aos corações” da população. Com esse pensamento, inspirado nos sermões do Padre Antônio Vieira, o ministro Carlos Augusto Pires Brandão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), celebrou o encerramento do projeto Justiça Cidadã no Cerrado, em Mateiros, no final desta quarta-feira (22/10).

Após três dias de atendimentos no coração do Jalapão, o ministro destacou que a união de dezenas de instituições no evento é um “exemplo pioneiro” de como o Judiciário pode e deve construir “soluções complexas” para os “problemas complexos” da sociedade, provando que a democracia funciona quando chega a quem mais precisa.

A iniciativa, idealizada pela Justiça Federal, coordenada pelo juiz federal Igor Itapary Pinheiro e abraçada por parceiros como o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) e dezenas de instituições, levou à região mais remota do estado serviços essenciais de cidadania e acesso à Justiça.


O TJTO levou a estrutura do projeto
Pop Rua Jud, com serviços listados pela presidente Maysa Vendramini Rosal em seu discurso na cerimônia de encerramento, em frente ao Centro Cultural José Gomes Sobrinho, sede do evento. “Promovemos audiências de conciliação, atendimentos do programa Pai Presente, serviços de saúde, distribuição de kits de higiene, ações de conscientização contra a violência doméstica e ainda o Varal Solidário.”

“Ações que reforçam três palavras de muito significado para a nossa gestão: Justiça, União e Sociedade. Justiça, porque esta é a razão de ser do nosso trabalho. União, porque ninguém faz nada sozinho; o caminho é coletivo. E sociedade, a peça fundamental desse processo. Todo o nosso esforço e dedicação se destinam ao cidadão e à cidadã tocantinense”, disse a presidente.

Soluções complexas para problemas complexos

Durante seu discurso na cerimônia de encerramento, o ministro ressaltou que a ação representa a verdadeira função das instituições. Para o ministro, o evento é a materialização da cooperação necessária para atender às demandas da sociedade.

“É um exemplo pioneiro que estamos aqui empreendendo nessa união fraterna de dezenas de instituições que aqui fazem a diferença. Diante de uma sociedade marcada por complexidades, por problemas complexos, nós estamos construindo soluções também complexas. E elas são necessariamente construídas pela união de todos e todas”, declarou.


O juiz Igor Itapary considerou a ação um tributo à visão de Justiça do ministro. “Foi o senhor, com sensibilidade e coragem, que concedeu esse projeto, inicialmente com uma proposta inovadora da Justiça Federal do Tocantins, e agora, com orgulho, como uma política pública consolidada”. Para o juiz, a Justiça Cidadã no Cerrado, realizada em Mateiros, tornou a presença da Justiça concreta, transformando esperança em cidadania e reafirmando que a Justiça é mais forte quando caminha junto com o povo”, pontuou o juiz federal

Ação integrada entre as instituições

A desembargadora Ângela Prudente, coordenadora do Comitê Regional Pop Rua Jud, enfatizou a superação das barreiras geográfica.

“Mateiros simboliza o desafio da distância. Mas a cidadania não pode conhecer barreiras físicas. É dever das instituições, e compromisso de todos nós, fazer com que os direitos fundamentais alcancem até o ponto mais remoto do nosso amado Tocantins”, afirmou.

Para a desembargadora, a escolha de Mateiros reconheceu “a força de um povo que preserva história, cultura e ancestralidade, mas também enfrenta vulnerabilidades que demandam um olhar atento, solidário e comprometido”.

Em sua fala, o defensor público-geral do Tocantins, Pedro Alexandre Conceição Aires Gonçalves, ressaltou a importância de ouvir a população local. “Só entende a necessidade da população quem as atende. É preciso ouvir, vivenciar a realidade, para que as nossas atuações alcancem a vida dessas pessoas de um modo justo e igualitário”, disse, ao citar o atendimento a diversas comunidades quilombolas da região.

Doações para Mumbuca

Durante a tarde, a comitiva de autoridades visitou a comunidade quilombola Mumbuca, uma das pioneiras na extração do capim dourado, que produz o famoso artesanato reluzente característico do Jalapão. Ao encerrar a ação, o ministro Carlos Brandão anunciou que buscará a doação de dez computadores da Caixa Econômica Federal para a comunidade Mumbuca.

Ele também se comprometeu a apoiar a criação de uma fanfarra para os adolescentes de Mateiros, um pedido feito por músicos locais, em parceria com as primeiras-damas do Estado, Ângela Prudente, e de Mateiros, Ana Cláudia, e com o prefeito, Jesy Vieira. Brandão prometeu voltar em junho para a cavalgada no município, mediante o cumprimento da meta da criação do grupo musical.

 



FONTE

Comentários estão fechados.

Quer acompanhar
todas as notícias
em primeira mão?

Entre em um de nossos
grupos de WhatsApp