Macron afirma que reforma da previdência foi necessária e compara manifestações com atos em Brasília


Lídes francês disse não estar feliz com o projeto, mas defende que seja implementado até o final do ano

LUDOVIC MARIN / AFPemmanuel macron
Emmanuel Macron quebra silêncio e fala sobre reforma da previdência aprovada na segunda-feira, 20

Após dias seguidos de manifestações na França devido à aprovação da Reforma da Previdência, o presidente Emmnuel Macron, rompeu o silêncio nesta quarta-feira, 22, e defendeu a impopular reforma. “É necessária. Não faço por prazer” declarou o presidente liberal em uma entrevista aos canais TF1 e France 2, na qual reconheceu a “impopularidade” da medida. Após a rejeição das moções contra ele na segunda-feira, o que implicou na aprovação definitiva, o projeto se encontra no Conselho Constitucional, que deve decidir sobre os recursos apresentados pela oposição e os questionamentos do governo, antes da eventual entrada em vigor, que Macron deseja que aconteça “até o fim do ano”. O chefe de Estado reiterou que o aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030 e a antecipação para 2027 da exigência de contribuição por 43 anos, e não mais 42, para ter direito a uma pensão completa busca evitar um “déficit” na Previdência. Macron lamentou que não ter conseguido convencer a população sobre a necessidade da reforma.  “Nós devemos ouvir a ira das pessoas, eu não estou feliz de fazer esta reforma, preferia não tê-la feito. Poderia ter feito como muitos outros antes de mim e não me importar. Eu lamento que não soubemos explicar a necessidade desta reforma”, acrescentando que quando ele assumiu o posto havia 10 milhões de aposentados, hoje já são 17 milhões e, em breve, haverá 20 milhões.

Desde a quinta-feira da semana passada, quando decidiu adotar a reforma por decreto, Macron estava sobre pressão para falar. Seu silêncio junto à queda das moções fez com os protestos aumentassem em várias cidades da França. Milhares de manifestantes, em sua maioria jovens, incendeiam latas de lixo em uma disputa com a polícia – os protestos estão acontecendo desde janeiro, quando o projeto foi lançado. O líder francês informou que seu país não vai tolerar nenhuma violência. Ele criticou os manifestantes, os chamou de ‘sedeciosos’ – e os comparou aos que tentaram atacar as instituições nos Estados Unidos em 2021 e no Brasil em janeiro de 2023. Macron fez as declarações na véspera de um novo dia de greve e manifestações, convocado pelos sindicatos, que no dia 7 de março conseguiram levar às ruas entre 1,28 e 3,5 milhões de pessoas, nos maiores protestos contra uma reforma social em três décadas no país.

 





FONTE

Comentários estão fechados.

Quer acompanhar
todas as notícias
em primeira mão?

Entre em um de nossos
grupos de WhatsApp