Piso da enfermagem: SindHosp inicia negociações com sindicatos laborais e dá resposta a Lula


De acordo com associação dos hospitais, clínicas e laboratórios de SP, não existem fontes de custeio e as capacidades de pagamento de cada entidade são diversas

PAULO CARNEIRO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDOEnfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem do Estado do Rio de Janeiro protestam nas escadaria do Theatro Municipal
Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem do Estado do Rio de Janeiro protestam nas escadaria do Theatro Municipal

O Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) emitiu nota nesta quarta-feira, 5, informando que iniciou as negociações com os sindicatos laborais para buscar um consenso sobre o Piso Nacional da Enfermagem. A decisão foi tomada depois da última decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema. A questão é técnico-financeira, segundo o órgão, e “não se trata aqui de valorizar ou não o enfermeiro, como disse o presidente Lula”. De acordo com o SindHosp, não existem fontes de custeio e as capacidades de pagamento de cada entidade são diversas. A instituição afirma que na aprovação da medida, o Congresso Nacional “não levou em conta diferenças regionais e diferenças no porte das instituições”. Leia a seguir a íntegra do documento:

Piso da enfermagem: mais técnica e menos política
O SindHosp – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo informa que, a partir da última decisão do STF acerca do Piso da Enfermagem, iniciou as negociações com os sindicatos laborais para buscar um consenso.
A questão é técnico-financeira. Portanto, não se trata aqui de valorizar ou não o enfermeiro, como disse o presidente Lula. É óbvio que o trabalho desenvolvido por esses valorosos profissionais tem extrema valia.
Mas não há como ignorar as fontes de custeio e as capacidades de pagamento de cada entidade. A lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo expresidente não levou em conta diferenças regionais e diferenças no porte das instituições.
Certamente, os hospitais que o presidente frequenta não terão problemas para pagar o piso, mas os hospitais de pequeno e médio porte, que representam mais de 90% dos hospitais brasileiros, aos quais a maioria da população brasileira recorre, terão seríssimas dificuldades de cumpri-lo.
Soma-se a isso a reforma tributária que, como está apresentada no Congresso Nacional, onera mais ainda a carga tributária do setor de serviços especialmente atingindo a saúde e a educação.
Infelizmente, nem o Congresso Nacional, nem o STF e nem o Governo Federal conseguiu uma solução estruturada. Agora, a conta sobra para os hospitais privados como se fossem vilões quando na verdade são vítimas de um sistema desorganizado, onde prevalecem interesses políticos e decisões demagógicas.





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