Poder Judiciário promove oficina para auxiliar pais em conflitos pelo fim da relação conjugal
A importância do diálogo e do respeito entre os pais para conduzir a educação dos filhos após o fim do casamento foi abordada na 1ª edição da Oficina de Divórcio e Parentalidade, realizada pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de 2º grau, nesta sexta-feira (16/6), na modalidade virtual. O evento contou com a presença da coordenadora do Cejusc de 2º grau, desembargadora Angela Issa Haonat.
Ao abrir a oficina, a desembargadora ressaltou que a ruptura de um relacionamento é dolorosa e que superar as emoções leva tempo, no entanto, é preciso caminhar para uma cultura de paz, de diálogo. Ela lembrou ainda que, cabe aos pais, a responsabilidade dos filhos. “O propósito desta oficina é educacional. Queremos caminhar com vocês no sentido de superar as dificuldades, que possam dialogar para proporcionar uma relação melhor com o filho de vocês, sem conflito, cercado de respeito”.
Cerca de 50 pessoas, que fazem parte de 26 processos de família, participaram dessa primeira oficina, indicada para todas as demandas que envolvem filhos menores de idade. Foram abertas quatro salas e assuntos como sentimentos diante do divórcio ou dissolução de união estável, os traumas que os conflitos entre pais causam nos filhos, dicas de como minimizar os impactos e as formas de alienação parental foram abordadas com o intuito de auxiliar as partes a enfrentarem as mudanças causadas pela ruptura da relação conjugal.
Benedita Aparecida de Carvalho se divorciou há 30 anos e participou da oficina. A iniciativa, segundo ela, trouxe muitos esclarecimentos para as mães, pais que estão se divorciando com as crianças pequenas. “Se 30 anos atrás eu tivesse tido essa orientação, que eu vi nessa oficina, talvez muito sentimento que ficou, muitos traumas que aconteceram, não teriam acontecido. A gente teria tratado com os filhos ainda crianças para, quando chegar à fase adulta, serem adultos saudáveis. E eu também teria procurado ajuda.”
A empresária Sara Jácomo também participou da oficina e ressaltou a importância do momento para troca de experiências. “Você ouvir que muitas mulheres passam pela mesma dificuldade de fazer com que seus filhos tenham maior contato com o pai, de tentar ter um bom relacionamento com o pai, eu me senti, assim, como se fosse um núcleo de apoio, num lugar onde eu pude conversar, pude abrir meu coração, pude ouvir e entender que tantas outras mulheres passam por isso que não é algo incomum.”
Foco na criança
A Oficina de Divórcio e Parentalidade é uma política pública recomendada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e adotada pelo Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), voltada para genitores e/ou responsáveis e os respectivos filhos menores (de 6 a 17 anos de idade) que estejam vivenciando algum conflito (judicializado ou não), decorrente do exercício da parentalidade (divórcio, dissolução de união estável, regulamentação ou alteração de guarda, regulamentação ou alteração de sistema de convivência, entre outros casos concretos).
As explanações são ministradas por expositores capacitados e certificados pela Escola Superior da Magistratura (Esmat) e credenciados junto ao Tribunal de Justiça do Tocantins através do Nupemec.
Mediando Conflitos
Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc’s) são unidades judiciárias coordenadas pelo Nupemec. Atuam como centro de paz no judiciário, atendendo demandas processuais e pré-processuais, e ainda na prevenção, tratamento e solução de conflitos que versem sobre matérias judicializadas ou não.
O Cejusc de 2º grau promove a composição de forma amigável em demandas que tramitam em grau de recurso.
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