Tapeçaria vandalizada passa por perícia da Polícia Federal — Senado Notícias


Uma equipe de peritos da Polícia Federal realizou, na tarde desta sexta-feira (10), uma perícia em uma peça de tapeçaria de Burle Marx que ficava exposta perto do Salão Negro. A obra foi vandalizada durante a invasão do dia 8 de janeiro. O trabalho de perícia foi realizado nas dependências da garagem do Senado. De acordo com o perito Marcus Andrade, o objetivo da perícia é avaliar quais substâncias estão aderidas ao tapete, pois essa identificação auxilia no processo de limpeza e recuperação da obra.

— É uma análise química e pericial. É uma forma de ajudar, tecnicamente, o trabalho do Museu do Senado — declarou o policial, que é especialista em perícia em obras de arte.

O chefe do Laboratório de Restauração do Museu do Senado, Ismail Carvalho, lembrou que a obra foi arrancada da parede, pisada e rasgada. Segundo Carvalho, já foi possível saber que a peça recebeu jatos de pó químico de extintor de incêndio e até urina. Ele disse que a obra será restaurada em São Paulo (SP), em um atelier indicado pelo Instituto Burle Marx. O laboratório do Museu do Senado não comportaria uma obra tão grande, de cerca de 15 metros quadrados, e não tem um especialista em recuperação de material têxtil.

Carvalho informou que uma equipe do Museu será enviada para acompanhar o trabalho de recuperação, como forma de assimilar o conhecimento. Ele também disse que o processo burocrático, que trata da licitação e do contrato, ainda está sendo concluído. Depois disso, acrescentou, a peça será enviada para São Paulo. Para o servidor do Museu, o que ocorreu no dia 8, com a invasão dos prédios dos três Poderes, foi inesperado, com uma série de danos simultâneos — o que torna o trabalho de recuperação ainda mais difícil. No entanto, ele se diz feliz ao ver a obra começando o caminho da recuperação.

— Somente uma ação humana intencional seria capaz de provocar uma barbaridade dessa. Isso nos surpreende. Mas, fica um sentimento especial, dentro da arte do restauro e da conservação — pontuou Ismail Carvalho.

O tapete, obra do paisagista e artista Roberto Burle Marx (1909-1994), foi feito em 1973 e é avaliado em R$ 4 milhões. Segundo Ismail Carvalho, não é possível ter certeza do custo da recuperação da peça. A estimativa é que fique em até R$ 300 mil, valor que inclui transporte, seguro e trabalho de restauração — que deve levar entre dois e quatro meses.  

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)



FONTE

Comentários estão fechados.

Quer acompanhar
todas as notícias
em primeira mão?

Entre em um de nossos
grupos de WhatsApp