Corrida da Justiça reúne atletas e exemplos de superação
Um sentimento que só quem já experimentou talvez consiga descrever! A corrida é um movimento ancestral, de sobrevivência na pré-história, do surgimento do espírito olímpico na Grécia antiga, e de percursos que, ao longo dos anos, séculos e milênios, celebram a vida, a cura e a superação do corpo, da mente e da alma.
No domingo (12/11), o sol tocantinense ainda não havia anunciando a manhã quando os primeiros (as) corredores (as) chegaram à Praça dos Girassóis, em Palmas, e iniciaram o aquecimento para a largada dos circuitos de 5km e 10km, da 5ª edição da Corrida da Justiça da Acessibilidade e Inclusão, marcada para as 6h30, em frente ao Palácio Rio Tocantins, sede do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO).
De volta ao calendário de atividades do Judiciário tocantinense após o período de pandemia da Covid-19, o evento, que é promovido pelo TJTO, por meio da Diretoria de Gestão de Pessoas (Digep) em parceria com instituições do Sistema de Justiça, reuniu, em 2023, mais de mil atletas nas categorias: elite/comunidade – formada por atletas de alto rendimento e entusiastas do esporte; público interno, por servidoras e servidores do Sistema de Justiça; e PCDs – pessoas com deficiência.
Mais que uma corrida
No estacionamento do Palácio da Justiça, adultos, crianças, famílias, autoridades, cidadãos, cidadãs e muitas histórias de vida transformadas pelo esporte. A Tatiana Evangelista tem 40 anos e, há três, deu, na corrida de rua, os primeiros passos contra a obesidade. “Hoje posso dizer que me encontrei. Deixei de fazer o uso de remédios para fazer amigos através da corrida”, contou.
A história do motorista Carlos Alberto Alves, o “Carlinhos” (como é chamado pelos colegas da corrida) também segue os mesmos quilômetros. Atualmente com 48 anos, olha para trás e reconhece que correr foi a escolha certa. “O Carlinhos era um cara sedentário, bebia, não se cuidava e estava acima do peso. Hoje eu acordo às 5h para correr antes do trabalho. É preciso cuidar porque uma hora a saúde vai cobrar”, lembrou.
E cuidar da saúde é o ofício do Leonardo Frauches. Médico neurologista e corredor amador, ele reforça que, além de uma atividade prazerosa, a corrida não exige mais que uma bermuda e um tênis velho. “Não precisa encher pneu e nem colocar gasolina. E se hoje não consegue correr, pode fazer uma caminhada, para amanhã experimentar o trote leve e, de forma gradativa, alcançar o primeiro quilômetro. É um desafio gostoso de autoconfiança e autocuidado”.
O limite é o céu
Soraya Thomaz é coordenadora do Centro de Referência Paralímpico do Tocantins e, neste domingo chefiou a delegação de paratletas do Instituto Reviver, do qual também é presidente e fundadora. A Ong, que possui oito anos, oferece seis modalidades esportivas, tanto de inclusão, como também em alto rendimento de pessoas com deficiência.
“Temos 120 atletas cadastrados nas cidades de Palmas, Dianópolis, Porto Nacional, Araguanã, Araguaína e Miracema, praticantes de bocha, basquete, ciclismo, natação, tênis de mesa e atletismo. Além de trabalhar na inclusão e proporcionar qualidade de vida para essas pessoas, nós lutamos para que a sociedade reconheça que atletas paralímpicos são capazes de atingir os mesmo resultados de pessoas que não possuem deficiência”, frisa Soraya.
Para todas e todos
O servidor da Justiça Federal Marden Marinho é praticante de tênis adaptado para cadeirantes. Neste domingo, participou da sua primeira corrida e venceu a prova dos 5km na categoria pcd – cadeirante. “Eu tive o incentivo do pessoal do trabalho e espero participar mais vezes, com mais pessoas concorrendo na categoria. Vamos para a rua porque ficar em casa é tomar banho de tédio (risos). O esporte é para todos”, comenta.
Em 2024
De acordo com a diretora de gestão de pessoas do TJTO, Márcia Mesquita, a 5ª edição da Corrida da Justiça da Acessibilidade e Inclusão esgotou em tempo recorde as inscrições, e, para 2024, a ideia é ampliar ainda mais o número de participantes. “É a primeira vez, dentro das corridas promovidas pelo sistema de justiça no Brasil, que se organiza uma prova com a perspectiva da inclusão. E nosso papel é aproximar o Judiciário de todas as pessoas, com ou sem deficiência, e também de fortalecer e ampliar o vínculo de convivência entre os integrantes do Sistema de Justiça”, comenta.
A diretora da Digep, ressaltou que os objetivos atingidos pela organização em 2023, motivam os preparativos para o próximo ano. “Nós já temos várias ideias para o ano que vem! Neste ano, identificamos que, entre as pessoas inscritas, muitas ainda não têm a prática da corrida. Então já estamos discutindo a criação de um percurso não apenas para corredores e corredoras, mas também para quem faz caminhada”, conclui.
A 5ª edição da Corrida da Justiça da Acessibilidade e Inclusão foi uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Tocantins, o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público Estadual (MPE-TO), a Defensoria Pública Estadual (DPE-TO), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO), a Justiça Federal, e a Ordem do Advogados do Brasil (OAB – Seccional Tocantins).
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