Desarticulada quadrilha que vendia motos roubadas no Tocantins
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Capital e também em Porto Nacional.
A Polícia Civil do Tocantins desarticulou uma quadrilha altamente especializada em adulterações e vendas de motos roubadas. A força-tarefa aconteceu na manhã desta quarta-feira, 1, em Palmas. A primeira etapa da Operação Reprise foi coordenada pela Delegacia Especializada em Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA) em conjunto com a Divisão de Inteligência do 1º Batalhão da Polícia Militar de Palmas.
As informações dos delegados responsáveis pela operação, Rossílio Correia e Anderson Casé, é que a quadrilha adulterava e vendia motos roubadas como se fossem motos de leilão, em situação regular. Nessa primeira fase da operação foram cumpridos mandados de buscas domiciliares na cidade de Porto Nacional e Palmas, sendo que o mentor intelectual do grupo foi identificado e capturado pela PC-TO antes da realização da operação, considerando que o suspeito já era investigado por outros crimes e tem passagens por clonagens e receptações de veículos.
O mentor já está preso preventivamente e está recolhido na Casa de Prisão Provisória de Palmas. Outros dois mandados de buscas domiciliares foram cumpridos nas residências de dois suspeitos que continuam sendo investigados pela Polícia Civil.
O delegado titular da DERFRVA, Rossílio Correia, informou que a natureza do crime aumentou os dados estatísticos em roubos e furtos de motos na Capital em mais de 500%. “Muitas pessoas adquiriram essas motos roubadas e acreditavam que eram motos realmente oriundas de leilão”, informou.
Para o delegado adjunto da DERFRVA, Anderson Casé, o trabalho integrado entre as polícias, além de desarticular a quadrilha, vai permitir que os devidos proprietários dos veículos tenham novamente seu patrimônio em mãos. “É necessário orientar a população para que não compre veículos sem os devidos registros legais junto aos órgãos competentes e que também se atentem a valores abaixo do mercado”, complementou.
Como funcionava o esquema
O suspeito de liderar a quadrilha solicitava aos grupos de criminosos que realizassem diversos roubos e furtos de motocicletas em Palmas. Depois, parte dessas motocicletas eram repassadas ao líder e seu grupo para que organizassem a adulteração e alienação dos veículos.
Para deixar essas motos prontas para o comércio, eram adulterados o chassi, motor, placa, lacre e a etiqueta de identificação, além de falsificar os documentos.
De posse dessas motocicletas, o líder “esquentava” as motos com documentos ideologicamente falsos de outros veículos idênticos. Para isso, o suspeito falsificava nota fiscal oriunda de empresas de leilão, com a inclusão de dados de outras motocicletas em regular circulação.
Com o lixamento dos números do motor e chassi era difícil descobrir a procedência da moto roubada. Assim, os compradores achavam que se tratava de veículos oriundos de leilões. Com a apresentação da nota fiscal falsa, o golpe ficava acima de suspeitas. Por fim, as motocicletas eram revendidas como se fossem motos legalizadas e oriundas de leilão, quando, na verdade, tratavam-se de objeto de furto e/ou roubo.
Os veículos foram submetidos à perícia criminal, ocasião em que, além da confirmação das adulterações em sinais identificadores, também foram revelados a origem ilícita.
De acordo com os delegados da DERFRVA, estima-se que mais de 100 motos roubadas foram esquentadas com notas fiscais falsas e revendidas pelo grupo. “Desde o início da operação, a polícia já recuperou e devolveu aos legítimos proprietários mais de 20 dessas motos roubadas”, informou o delegado Rossílio.
Prova material
Foram encontrados no telefone do suspeito, centenas de conversas em que o assunto principal era a falsificação de notas fiscais de motocicletas vendidas em leilões.
Ficou claro nas conversas que o grupo, de posse de uma nota fiscal original de leilão referente ao número 0001/2021, datada em 17/12/2021, lote 630, falsificou o documento para incluir dezenas de motocicletas roubadas e assim facilitar a venda no comércio.
Operação
O nome da operação “Reprise”, o qual significa “repetição” foi colocado em alusão ao investigado, o qual já foi preso por mais de dez vezes pela Polícia Civil e é indiciado e processado por mais de 20 vezes por receptação e clonagens de veículos e, mesmo assim, continuava solto nas ruas cometendo crimes.
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