Em coletiva, Amastha diz que ação contra ele teria sido motivada por desavença política com irmão de delegado

Durante coletiva de imprensa, convocada pelo ex-prefeito Carlos Amastha (PSB), o político fala sobre áudio em que envolveria o delegado Guilherme Rocha e a tentativa de forjar um falso flagrante contra um carro em que havia cestas básicas, em 2018.

“A gente custa a acreditar que um grupo de delegados, em especial o delegado Guilherme Rocha, montou um mecanismo, desde 2014 e que teve início, teve meio e não teve fim, com o objetivo claro de criar alguma coisa para prender o Tiago (Andrino) e acabar com a minha vida”, disse o ex-prefeito.

O ex-prefeito falou que o esquema, usando a estrutura do estado, teve como fim a possibilidade dele se tornar governador do Tocantins. Segundo ele, o irmão do delegado, Felipe Rocha, filiado ao PSB, teria motivado as ações contra o ex-prefeito.

“Eu posso garantir que tem muitas testemunhas de quantas vezes ele falou publicamente que o irmão dele ia nos prender, e que não ia sossegar enquanto não conseguisse. E adivinha o motivo? Questão política. Porque segundo ele, teria sido protelado no partido para apoiar o Tiago”, lembrou Amastha.

Foto: Divulgação (Felipe Rocha)

Fundesportes

O político citou a operação Jogo Limpo, da Polícia Civil, que tinha como integrante nas buscas e apreensão na Fundação Municipal do Esporte e Lazer de Palmas (Fundesportes), o delegado Guilherme Rocha. A ação ocorreu em 26/02/2018, quando Amastha ainda era prefeito. Na época, foram alvos 10 federações e Organizações Não Governamentais (ONG), além de quatro empresas. À época, foram cumpridos 24 mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão em Palmas, Paraíso do Tocantins, Nova Rosalândia, Paranã e Miracema. Segundo Amastha, o nome dele era sempre citado durante as oitivas da Polícia Civil.

“Todo mundo que ia depor, chegava o delegado e perguntada “E o Amastha? E o Amastha?”, um negócio horroroso. Quando estava chegando ao fim, o delegado pediu mais 180 de prorrogação e ele se colocou como o único que poderia falar nesse processo”, lembrou Amastha.

Mágoa

Tiago Andrino classificou como muito doído todo o processo. “Nesse caso em questão me machucou muito, a mim e à minha família. Acho que é difícil de acreditar, mas ouvir da boca do delegado a confirmação para mim é motivo de tristeza. A polícia é uma instituição muito respeitada. E saber que delegados usam esse poder como instrumento de político contra mim é de uma gravidade enorme”, ressaltou o deputado federal.

Defesa

Além de Tiago Andrino, estava presente na coletiva Marlon Reis, advogado do PSB. Marlon Reis falou sobre o áudio apresentado pelo advogado Antônio Ianowich.

“Quando esses policiais, que foram designados nessa operação, vão buscar a tentativa de provar que estava tendo uso eleitoral de programa de governo, eles não encontram nada. E aí um deles volta ao delegado Guilherme Rocha, diz isso, então o ele fala “nós vamos ter que implantar. Ele diz: vamos colocar santinho lá!” disse Marlon Reis. Confira o áudio:

Marlon Reis disse que irão tomar providências judiciais a respeito do caso. “Vamos instar a Corregedoria da Polícia Civil. Nós vamos pedir a federalização da investigação desses fatos, diretamente ao Procurador-geral da República, para que não seja a polícia a investigar a própria polícia. Não vai ficar pedra sobre pedra a respeito dessas investigações”, finalizou o advogado.

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