Nesta quarta-feira, 20, o advogado dos policiais acusados de participação de um grupo de extermínio no Tocantins, Antônio Ianowich, falou durante coletiva de imprensa sobre a denúncia do Ministério Público contra cinco policiais civis e dois delegados e provas que inocentam os acusados.
Segundo ele, os agentes de polícia da Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (DENARC) teriam sido procurados por outras autoridades policiais para cometerem crimes. Ianowich contou que em um áudio, que seria de 2018, compartilhado em um grupo de WhatsApp com membros da PC-TO, o delegado Guilherme Rocha (ex-chefe da Divisão Especializada de Repressão à Corrupção – DRACMA) pediu que fosse realizado um falso flagrante policial. Ele reforça que esse áudio passou por perícia, que constatou veracidade.
“Nesse flagrante forjado o delegado pede a esse policial civil que ele coloque santinhos políticos nessa apreensão, com o intuito de incriminar um político do Estado do Tocantins. Esse policial civil se nega e diz que não faria esse tipo de atitude”, ressalta a defesa.
Segundo o advogado, esse não seria o único áudio que a defesa teve acesso. “Nós temos mais informações, mais elementos que comprovam práticas de ilícitos por delegados de polícia do estado, fraudando provas, inquéritos, forjando flagrantes. Isso tudo é provado em gravações ambientais, que são provas lícitas reconhecidas pelo Superior Tribunal de Justiça”, explica Ianowich.
Carlos Amastha
O advogado ainda detalha que em um dos áudios, o delegado solicita um flagrante forjado contra com ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, durante ação de entrega de cestas básicas, em 2018, ano em que o político foi candidato ao Governo do Tocantins. Ele ainda cita o nome do ex-vereador e atual deputado federal, Tiago Andrino. Confira!
Nesta quarta-feira, o ex-prefeito anunciou que falaria em coletiva de imprensa sobre um caso de corrupção eleitoral. Segundo o advogado, o áudio deve ser enviado para o Ministério Público Federal (MPF) e será pedido a revogação da prisão dos agentes.
As mortes
Segundo o advogado, as mortes imputadas aos agentes de polícia podem estar vinculadas à guerra de facções criminosas que atuam na capital. “Um dos agentes alvo da operação da Polícia Federal estava internado na data descrita na investigação. É fácil atribuir os homicídios, como foi descrito no relatório da PF, sem materialidade”, afirmou Ianowich.
Operação Caninana
O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Palmas, denunciou cinco policiais civis e dois delegados por suspeita de integrarem um suposto grupo de extermínio que seria responsável por cinco mortes que aconteceram em 2020.
Na denúncia, protocolada na 1ª Vara Criminal de Palmas, cinco promotores que assinaram o documento pedem na Justiça a prisão preventiva dos delegados Ênio Walcacer de Oliveira Filho e Amaury Santos Marinho Junior e que seja mantido o afastamento dos denunciados dos cargos que ocupam na Polícia Civil.
Na denúncia, os promotores afirmaram a notória periculosidade por meio das provas obtivas. “Por certo que o contexto narrado pelas provas dá conta de graves crimes cometidos com clara violência, o que não pode ser tolerado pelo sistema penal. Ademais, o contexto narrado pelas testemunhas iniciais e prova técnica denota clara periculosidade e necessidade de acautelamento do meio social. Assim, a liberdade dos agentes, ao menos no momento, traria riscos à paz social”.
Defesa
Entramos em contato com o delegado Guilherme Rocha, mas até o fechamento da matéria não obtivemos respostas.
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